🌿 Para entender o tal metaverso
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Ilustração: Pollyanna Carvalho
Você pode ser um entregador de pizzas em um restaurante controlado por uma organização mafiosa italiana do Tio Enzo. Mas, em uma realidade paralela, você se torna um príncipe samurai. É basicamente nesta bifurcação – cujo caminho não é tão difícil assim de escolher, vamos combinar – que nasce o termo do momento: o metaverso.
A palavra que Mark Zuckerberg usou para definir o futuro dos seus negócios apareceu primeiro no livro Snow Crash, de 1992. O clássico cyberpunk conta a jornada deste príncipe samurai para salvar seu universo de um vírus que vem derrubando hackers por todo o mundo. O entregador/príncipe precisa lutar contra um perigoso vilão para salvar não só o tal metaverso como a sua própria realidade.
A narrativa parece meio clichê. Ou pode ser próxima demais à realidade para uma ficção científica. Mas foi ela que introduziu o sonho – ou o pesadelo, como é comum em distopias – de criar realidades virtuais. Foi daí que surgiram alguns novos clássicos como The Sims, Second Life, GTA, World of Warcraft, por exemplo. E dá para ir além, muito além.
Quando Zuckerberg anunciou que o Facebook que conhecemos (e aos poucos vamos abandonando) agora se chama Meta, ele escolheu bem as palavras: “Para refletir quem somos e o que queremos construir, tenho orgulho de anunciar que a nossa empresa agora é Meta”.
O metaverso, no fim das contas, não é um futuro distópico de uma ficção científica cyberpunk de 1992, mas, de certa forma, reflete as nossas redes de hoje: uma realidade paralela na qual figuras corriqueiras se tornam heróis que precisam lutar contra vilões. O que muda, afinal? Aliás, quantos metaversos cabem na luta contra um vírus?

Essa é uma resposta que ainda não temos. Nem o Facebook, considerando que eles não têm muito controle sobre as realidades paralelas que suas plataformas ajudam a alimentar. Mark Zuckerberg esteve no centro de muitos escândalos até transferir seu império para o metaverso.
Na prática, hoje, quando falamos em metaverso, estamos falando em um encontro entre o mundo real e a realidade virtual, um espaço onde a representação digital das pessoas – avatares – interagem, trabalham, jogam, fazem reuniões, vão a shows. São muitas definições possíveis. E é esse o universo que o Facebook (agora Meta) está construindo. A “obra” já fez com que 10 mil vagas de emprego surgissem na União Europeia e ainda deve durar uma década, segundo a empresa. Sem falar nos bilhões de dólares investidos só em 2021.
No fim das contas, na verdade, esse futuro que o Zuckerberg está desenhando ainda parece muito distante e pouco sólido. O mundo real do Mark tem escândalos como o Facebook Papers, discursos de ódio e plataformas que não atraem o público mais jovem e vão dando lugar para outras redes. Mudar de nome, de logo e de universo poderia ser um escape perfeito, mas a gente sabe como funcionam as distopias.
O metaverso já está entre nós
Apesar da aura futurista, o metaverso não é tão novo assim. Várias ações já exploram este novo mundo. Nós, inclusive, já falamos um pouco disso aqui na newsletter da Lavanda: , quando falamos das principais tendências do SXSW e , quando embarcamos na cultura gamer.
Criar uma nova realidade virtual foi só o que nós fizemos nestes últimos anos de pandemia: aula online, reunião online, casamento do amigo online, show online, peça online. Essas experiências já não precisam ser tão improvisadas e estão ficando cada vez mais reais. E as marcas sabem disso há muito tempo.
Assim como você não precisa estar no escritório para fazer uma reunião, você não precisa estar em um ginásio dos Estados Unidos para aproveitar a NBA, por exemplo. E nem precisa aglomerar em uma boate para ter a experiência de um show como o do rapper Travis Scott. Isso sem falar em marcas de roupa 100% digitais, a alta costura que chegou ao ambiente digital movimentando milhares de dólares, pistas de skate e jogos tão reais que têm até entregador de iFood.
Seja no Facebook, no Tiktok, no Fortnite ou no metaverso, o que importa é a essência do que queremos comunicar e a experiência que queremos ter ou proporcionar nesse ambiente meio novo, meio distópico, meio digital, meio maluco.
Thaís Cunha

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