💭 11 perguntas que ecoam após o Web Summit Lisboa
Ou seriam 11 prompts? Fique com uma lista de insights.
Estamos de volta!
Dos dias 13 a 16 de novembro, nossa CEO, Ana Rita de Holanda e eu, Thaís Cunha, participamos do WebSummit Lisboa. O evento é gigantesco: foram mais de 70 mil participantes de 152 países. Um total de 2.608 startups, das quais 170 representando o Brasil.
Ana Rita embarcou junto com uma comitiva do Sebrae-DF, que selecionou empresários da cidade e subsidiou parte de viagem em uma missão que incluiu uma programação exclusiva e novos parceiros incríveis.
O evento ocorre em enormes pavilhões, auditórios, palcos e com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Um perigo para quem sofre de FOMO. No meio de tantos temas e debates, a inteligência artificial foi onipresente. Como bom momento para coleta de insights, preparamos 11 perguntas (ou seriam 11 prompts?) para organizar nossos insights.
Vamos a elas:
Inteligência artificial é o futuro?
É o presente. E um pouco o passado também. Se você ainda vê o ChatGPT como uma forma de "colar na prova" ou ainda não sabe do que se trata o Bard, chegou a hora de abaixar a guarda. Se o mundo da tecnologia só fala nisso, talvez seja um sinal de que agora seja o momento certo de refletir sobre suas regulações, limites e facilidades. Mas, definitivamente, escolher o lado negacionista não parece um caminho possível.
Dá para escrever um best-seller no ChatGPT?
Um best-seller é um livro que vende muito. O que não necessariamente significa que seja um livro bom. A Amazon, inclusive, já está cheia de livros escritos pelo ChatGPT que vendem muito. O fato é que, fazendo as perguntas certas, a inteligência artificial acessa um banco de dados de obras já criadas e faz uma versão baseada no que o usuário pedir. Mas como fica quem alimenta esse banco de dados? Aliás, os leitores vão querer ler estes livros? Eu ainda não cheguei lá.
Uma imagem gerada por inteligência artificial é plágio?
A palestra sobre a mistura de livros e inteligência artificial nos lembrou da polêmica capa de livro que chegou a ser semifinalista do prêmio Jabuti e acabou desclassificada. Há vários processos sobre isso inclusive. Como isso deve ser regulado? O que sabemos é que passou da hora de aprofundar o debate.
Tudo é política?
Esta edição do Web Summit Lisboa também foi marcada pela ausência de gigantes tecnológicas entre os stands. Amazon, Meta, IBM e Google cancelaram o evento no mês passado após declarações polêmicas do ex-CEO do Web Summit, Paddy Cosgrave, sobre a reação de Israel após os ataques do Hamas. O mundo da tecnologia não está isolado do que acontece no resto do planeta. E você também não deveria.
Dá para falar sério sendo engraçado?
No ano passado, no Reino Unido, a Shell lucrou 33 bilhões de libras. Ainda assim, o volume de impostos que a empresa pagou no país chegou a apenas 22 centavos por pessoa, proporcionalmente. A revolta do ator Jolyon Rubinstein virou este vídeo viral no YouTube. E depois um protesto contra greenwashing no palco do Web Summit. Era humor, mas era sério. E talvez por isso tenha gerado um impacto tão grande.
Você deveria começar um podcast?
O formato parece meio viciado. Um videocast de duas horas entra no YouTube. Depois, as entrevistas viram cortes com títulos polêmicos em todas as redes. E os entrevistados, com suas frases pré-fabricadas, compartilham o corte nas próprias redes sociais porque a imagem de uma pessoa com uma frase intrigante olhando para o lado com um microfone na mão parece sinônimo de credibilidade.
Você está cansado, eu estou cansada. Mas ainda tem algo neste formato que conecta, que promove experiências profundas para o apresentador e para o convidado. Me chamou atenção o projeto de um dos palestrantes do Web Summit, que conduz um podcast ao vivo no LinkedIn. Porque combina com o conteúdo, porque é a plataforma dele, porque ele encontrou a sua turma ali. O quanto você pensa no formato e na plataforma antes de lançar um conteúdo porque "tá todo mundo fazendo"?
Como criar um conteúdo "gamificado"?
O nome é bonito e os resultados são assustadores. Conteúdos interativos têm, comprovadamente, muito mais engajamento. Isso foi verdade com "Você decide" no Brasil dos anos 1990 e com "Black Mirror" do mundo do streaming. As marcas já estão atentas a isso há um tempo. E é ótimo que tenhamos cada vez mais ferramentas para apoiar estas interações. Afinal, você não vai mais ligar para um 0900 a 27 centavos o minuto para decidir o fim do filme.
Só que, mesmo assistindo várias demonstrações tecnológicas de gamificação, nós percebemos que as grandes ferramentas devem servir para apoiar boas histórias. Como audiência, não vejo mais tanta graça na emoção de apertar um botão para ver o próximo passo de uma cena de ação, por exemplo. Se a cena é ruim, tanto faz o botão. Será que a tecnologia com o fim em si mesma perdeu a graça?
Acabou o metaverso?
Será que flopou? Alguém tem ouvido falar?
O que você ganha com diversidade e inclusão?
A indústria de tecnologia – assim como várias outras – luta para promover mais inclusão. O evento, que costuma ter mais homens presentes, desta vez teve um grande pavilhão dedicado às mulheres na tecnologia. Uma das masterclasses do WebSummit tratou justamente dos resultados que uma equipe diversa pode gerar. "Mentes diversas, soluções disruptivas", dizia o título. Nunca tivemos dúvidas deste potencial. Agora, voltamos para a escrivaninha para desenhar novas soluções. Como está a diversidade na sua empresa?
Você sabe a hora de se reposicionar?
Cesc Fàbregas (aquele), levou o troféu de inovação no esporte no palco do WebSummit. Ele, que até o ano passado estava no campo, pulou para o outro lado do balcão após uma temporada bem fraquinha pela Série B italiana. No palco, Fàbregas assumiu que não estava mais gostando de jogar futebol mesmo. Agora, ele sente que nasceu para ser treinador e se posiciona como um aprendiz de longo prazo.
Qual é o papel do acaso nos negócios?
Para além dos insights nos palcos do Web Summit, nós nos concentramos nas conexões. Na riqueza de sentar e almoçar com pessoas com visões muito diferentes, de realidades distintas e de histórias que o algoritmo não nos entrega. Saímos com amigos pessoais. E com insights para a Lavanda que não poderiam aparecer de outro jeito.
Mas isso é assunto para outra newsletter…