Se você é assinante de longa data, deve ter visto que novos nomes apareceram aqui na nossa newsletter. A diretora executiva, Ana Rita de Holanda, falou sobre os motivos que levaram a Lavanda a ser uma agência só de mulheres, enquanto nossa diretora de atendimento, Ana Lopes, sentou a mão no teclado para refletir sobre mulheres invisibilizadas na história. Depois, a Denise Koche escreveu sobre o 8 de março em que nos juntamos para celebrar nossas existências e resistências.
Todos esses textos passaram na minha mão antes de serem publicados, o que eu considero um privilégio enorme. E, ainda que lindos, eles vieram carregados de inseguranças e incertezas. As mesmas que eu sinto todos os meses quando finalmente me convenço que chegou a hora de me sentar para escrever esse texto, um dos poucos do meu dia a dia que vêm com o meu nome junto e que, de certa forma, reflete quem eu sou.
Antes de começar a escrever a minha edição desse mês, eu cavuquei todas as tarefas que pode ser que talvez eu estivesse devendo. Eu senti um pouco de culpa porque hoje é dia 23 de março e eu não entreguei um trabalho para o dia 14 de abril, um trabalho que vai me tomar uma meia hora, se muito. Tem gente que faz de tudo para não escrever, gente que vai para a terapia para não escrever. Porque escrever é muito difícil, mas não escrever é mais ainda.
Porque agora, enquanto eu escrevo, eu vou elaborando – para mim e para você – essa minha dificuldade e essa minha fraqueza. E eu me mostro. Quando a Ana Rita se sentou na frente do computador, depois que todas as crianças foram dormir, e escreveu sobre os motivos que levaram a Lavanda a se tornar uma empresa 100% feminina, ela organizou essas ideias pela primeira vez e ela mostrou para todo mundo, sob o risco de não agradar.
A Ana Lopes, por sua vez, fez perguntas para as quais ela não tinha uma resposta. E lidou com qualquer sentimento que essa falta pudesse gerar. Depois veio a Denise que, no tempo dela, entendeu que se distanciar de mulheres também era se distanciar de si mesma. Ainda que nossos textos não fossem tão pessoais, eles ainda revelariam algo que geralmente não temos muito controle. Na frente de todo mundo.

E aí haja Brené Brown para nos ajudar a ter coragem de encarar as vulnerabilidades. Só que, depois dessa tortura, dessa chuva de inseguranças, a gente encontra conexões. Encontra pessoas que pensam parecido, pessoas que se dizem tocadas, leitores atentos que mostram que escrever e organizar as ideias faz muito mais sentido quando elas são compartilhadas. Quando mais e mais pessoas ganham voz.
Esta newsletter está chegando na sua caixa de entrada sempre, e cada vez mais frequentemente, porque nós temos esse compromisso de dar voz umas às outras. E porque, em uma ou outra pessoa, ela ecoa.
Estamos de olho
Com o SXSW rolando, o assunto do momento são as últimas tendências em tecnologia, comunicação e negócios. Se você, assim como a gente, ama uma novidade, pode clicar com vontade:
O resumo do oclb
A cobertura do Meio & Mensagem
E a da Globo
O podcast da Camila Coutinho
As redes sociais do André Carvalhal
O resumão da Wunderman Thompson
Uma lista da Forbes
Para o seu momento de descanso
Estamos assistindo
Painting With John (HBO Max)
Somebody Somewhere (HBO Max)
Ruptura (Apple TV)
Temple Grandin (HBO Max)
Fotografação (Mubi)
Sorte de quem? (Netflix)
Estamos lendo
HQ reconstrói a luta de Bertha Lutz para incluir a palavra "mulheres" na Carta da ONU
Formação da Culinária Brasileira - Carlos Alberto Dória
Mulher, roupa, trabalho: Como se veste a desigualdade de gênero
Um teto todo seu
Estamos seguindo
#womensart
@filipegrimaldi
A newsletter da (outra) Ana Holanda
O conceito de “dar uma deitadinha” de protesto dos chineses
A nova temporada do programa da Rita Lobo